ESPERTOS.... MEU IRMÃO

Polvos são espertos?

por Redação Galileu

Depois do polvo Paul, o adivinho da Copa do Mundo, muita gente passou a questionar a inteligência destes animais. Mas como avaliar o “QI” de seres tão diferentes dos humanos? O estudante Mike Lisieski, da Universidade de Bufalo, encontrou uma maneira: testou oito polvos selvagens que foram gentilmente cutucados sempre pela mesma pessoa e alimentados sempre por outra.

(shutterstock)

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Duas semanas depois, os animais repondiam de maneira diferente a cada uma das duas pessoas, mesmo quando elas se aproximavam do aquário sem comida ou vareta. O experimento, publicado no Journal of Applied Animal Welfare Science, sugere que os polvos podem indentificar pessoas. Mas será que isso poderia ser interpretado como sinal de inteligência acima da média? Camundongos de laboratório também mostram reações semelhantes.
De acordo com o site da revista Seed, um outro estudo, publicado na Cell, observou que polvos carregavam cascas de côco e depois usavam-nas como esconderijo. Além de mostrar o uso de uma ferramenta, esses animais apresentam capacidade de antecipação, comportamento interpretado por pesquisadores como sinal de inteligência.
Os polvos têm centenas de milhares de neurônios no cérebro – nós temos algo em torno de 100 bilhões –, mas este animais apresentam muito mais neurônios distribuídos pelas oito patas do que na cabeça. Com uma composição tão diferente da nossa, por que a inteligência do polvo seria medida com nossos padrões humanos?
A pesquisadora marinha Hanna Walters já identificou comportamentos que mostram um certo grau de esperteza nestes animais, como a capacidade de abrir potes com rosca, pular de um tanque para o outro em busca de comida e resolver quebra-cabeças quando treinados. Outro relato científico mostra que o polvo tem estratégia de navegação sofisticada, assim como formigas.
O fato é que, até agora, a ciência não encontrou uma forma eficiente de medir a inteligência destes animais, talvez porque o conceito humano de esperteza seja muito complexo para ser comparado a capacidades e comportamentos igualmente complexos dos animais.