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Especialista explica prós e contras em dividir a cama com os pets
sex , 27/8/2010
Luciana Florence
Comportamento, Utilidade Tags: cães, cama, comportamento animal, dividir, Gatos, Rúbia Burnier
Todas
as noites, a jornalista de moda Carolina Machado de Abreu divide sua
cama com dois de seus quatro poodles, a Bárbara e o Luis Felipe. Os
outros dois (Bianca e Gustavo), dormem com seus pais, Eliana e Manuel.
Ainda sobra a vira-lata da família, que não tem permissão para entrar
nos quartos. “Ela solta muito pelo e minha mãe fica brava”, conta
Carolina. Eliana parece ser a única a se incomodar com o fato dos
cachorros dormirem na mesma cama. A cadela Bianca, xodó de Manuel, late
com qualquer barulho e acorda seus tutores. “Minha mãe sempre reclama
que não dorme direito, que sente dor nas costas e fala ‘esses cachorros
não vão dormir no quarto essa noite’. Mas no meio da madrugada meu pai
vai buscá-los e todos ficam na cama”, diz a jornalista.
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Esta
situação se repete em milhares de casas pelo mundo. Uma pesquisa de
2007, realizada com 2.500 americanos, revelou que 43% dos cães dormiam
na cama de uma pessoa durante a noite, um aumento de 34% comparado aos
anos 90. Mas afinal, há algo de errado em dividir seu dormitório com um
amigo tão especial? Segundo Rúbia Burnier, médica veterinária
especialista em comportamento animal, há vantagens e desvantagens em
compartilhar os lençóis com os animais de estimação.
“A
principal vantagem do ponto de vista humano é a sensação de aconchego e
prazer que a companhia do animal proporciona, como se fosse uma
recompensa. O corre-corre da vida moderna, a falta de tempo e de lazer, a
necessidade de carinho e de atenção podem ser supridas pelo simples
contato com o cão, que hoje é encarado como filho e um membro da
família. Para algumas pessoas, dormir com o animal é uma forma de
recompensa, pois alivia a culpa e o remorso por ter estado fora de
casa”, explica.
Para ela, a grande
desvantagem é virar refém de uma situação criada pelo próprio tutor.
“Uma vez condicionado, o animal não consegue mais dormir sozinho. Tem
gente que deixa de sair ou volta mais cedo pra casa porque imagina que o
bicho não está bem. Outras desistem até de viajar caso não possa
incluir o bicho na bagagem”, diz.
De
acordo com Rúbia, a maior dúvida das pessoas em dormir com seus animais
é em relação aos riscos para a saúde. Essa relação exige cuidados com a
higiene, o que geralmente é desconsiderado pelos tutores. Sem contar
que a cama fica cheia de pelos e pode provocar reações alérgicas, tanto
de pele quanto respiratórias (rinites, sinusites, tosse etc). Além
disso, quem dorme com o cão tem que se adaptar aos horários dele e se
acostumar com os gases e roncos. “Se você escova os dentes do seu cão
diariamente, limpa as patas e o bumbum antes de dormir, se dá vermífugo e
vacina regularmente, escova a pelagem com frequência e dá banho a cada
oito ou dez dias, não existe risco em dormir com seu cãozinho”, conta.
Apesar
do conforto em dormir com seu bichinho e da felicidade dele em passar a
noite toda em uma cama deliciosa em sua companhia, o hábito estimula a
dependência do bicho em relação ao tutor e o impede de desenvolver sua
autonomia, tornando-o vulnerável e carente. O resultado disso é que
dificilmente o animal consegue lidar com mudanças de rotina e geralmente
ficará mais ansioso na medida em que envelhece. Segundo a veterinária, o
ideal é que o cão tenha seu próprio canto pra dormir.
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