Existem hoje, no mundo, em torno de 7500 tigres; 60% deles estão em território indiano, divididos em 21 reservas. A India tem sido o pais que mais se dedica à preservação, mas seus esforços têm sido fortemente ameaçados por traficantes ligados ao rico mercado do tigre: vendem seus ossos (famosos na medicina chinesa), sua pele, sua carne e até mesmo seus olhos. Os curandeiros chineses acreditam que o pó de seus ossos cura reumatismo e garante longevidade, pílulas feitas dos olhos acabam com as convulsões, o pênis traz virilidade (um prato de sopa desta parte do corpo do tigre pode custar $320 US na Tailândia). Sua pele pode chegar à $15000 US no mercado Árabe. Além do tráfico, o aumento da população que disputa a caça com os tigres, destrói seu "habitat" natural e finalmente investe contra eles próprios, são sua maior ameaça. Os tigres sempre exerceram fascínio sobre os homens: os registros remontam até 6000 anos atrás, onde desenhos de tigres foram encontrados próximo ao rio Amur na Rússia. Segundo os arqueólogos, os habitantes da região os reverenciavam como seus ancestrais e como Deuses. Na mitologia hindu o tigre é o veículo da Deusa Durga; na China do Patriarca Chang Tao-ling. Na região do Mar Cáspio, eles se extinguiram em 1970, na Ilha de Java em 1980, e em Bali em 1940. A India é hoje o lugar onde a batalha pela sobrevivência dos tigres vai ser ganha ou perdida. O pais tem uma cultura na qual as pessoas genuinamente respeitam a natureza, mas seu crescimento populacional é tremendo e ameaçador. Homens e tigres coexistiram por milhares de anos, neste século o desafio está lançado.
Dra.Jane Goodall, primatologista,
estudou os chimpanzés do Parque Nacional de Gombe, na Tanzânia, por
mais de 35 anos. Seu trabalho de dedicação, amor e afeto, tem sido
exemplo para milhares de pessoas preocupadas com a sobrevivência animal,
e com os problemas ecológicos que temos enfrentados neste século.
Em 1957, com 23 anos, Dra.Jane viajou para o Kênia começando a trabalhar
com o Paleontologista Dr.Louis S.B.Leakey, que a incentivou a estudar
os chimpanzés na Tanzânia, estudo que iniciou em 1960. Desde 1965
que seu trabalho vem chamando a atenção de todos, leigos e cientistas,
tanto pelas descobertas revolucionárias sobre o comportamento dos
chimpanzés, quanto pela sua luta pela preservação. Hoje, sua área
de trabalho corresponde à maior comunidade de estudo animal do mundo.Dra.Jane
criou o programa "Roots & Shoots" com o objetivo de
conscientizar as crianças africanas sobre os animais plantando as
sementes para a conservação futura. Esta idéia de um programa dirigido
a jovens naturalistas, expalhou-se por vários paises, e hoje existem
250 grupos de "Roots & Shoots", que contaram com a participação
da Dra.Jane Goodall através de incansáveis palestras.
- National Geographic,
December 1995 -
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A maior parte dos
gorilas ainda existentes hoje, encontra-se em reservas distribuídas
no Zaire, Uganda e Ruanda. O gorila das montanhas, impressionante,
"inteligente, gentil, vulnerável", alvo de lendas e fantasias,
sofreu neste século a maior ameaça de sua história. Desde a época
da África-colônia, alemães e belgas, além de caçarem gorilas, dividiram
seu habitat em fazendas e territórios arrendados para esquemas de
agricultura européia. Programas de conservação e conscientização ecológica
começaram a surgir somente na década de 70, quando a Sociedade de
Conservação da Vida Animal - New York, em consórcio com outras organizações
conservacionistas, criaram o Projeto do Gorila da Montanha. Hoje este
projeto é um dos maiores exemplos de sucesso na história da conservação
animal. Em Ruanda, o sucesso foi tão surpreendente que a população
do pais passou a orgulhar-se de seus gorilas a ponto de não os ameaçarem
durante a última guerra civil, em 1990. Apesar das reservas e florestas
serem invadidas pelo exército, só se tem notícia de um gorila morto
nos quatro (4) anos de guerra, e no auge do conflito, o Primeiro Ministro
de Ruanda declarou publicamente o compromisso de seu pais com os gorilas.
As duas etnias em guerra, Tutsi e Hutu, concordaram em não matá-los.
Triste
Notícia: 1999 -
re-iniciada a guerra civil em Ruanda. Estatísticas divulgadas pela
imprensa mundial revelam que no último semestre de 1998 foram mortos
23 gorilas em Ruanda, vítimas das revanches Hutus, quando também assassinaram
vários turistas britânicos e americanos. As autoridades do país perderam
o controle da situação mais uma vez.
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O Panda, originário
da China, corre grande risco de extinção. Tanto as mudanças climáticas
- esquentamento - quanto mudanças no seu habitat - aumento da população
envolvente e conseqüente diminuição de alimento, são grandes ameaças.
Ele é vegetariano, se alimenta basicamente de bambus, tem dificuldade
de enxergar, não se reproduz em cativeiro e não suporta o calor forte.
Várias organizações internacionais têm se esforçado para salvar este
que é um dos mais meigos entre os animais de grande porte.
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Hellabrunn Zoo
O moderno zoológico
Hellabrunn, em Munich, Alemanha, é um
dos mais interessantes projetos de recuperação e criação de espécies
em risco de extinção. A manutenção dos animais em ambiente natural,
a criação das espécies ameaçadas para posterior transposição para
suas regiões de origem, são a especialidade do zoológico que cria
uma enorme quantidade de espécies que vão das aranhas mexicanas "redknees"
(joelhos-vermelhos) a uma variedade de pássaros e de animais de grande
porte onde sua estória mais surpreendente é o sucesso com os Przewalski,
uma sub-espécie de cavalos selvagens originários da Mongólia, descobertos
por volta de 1870 por um explorador russo.
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Projeto Tamar
Projeto Tamar
O Projeto
Tamar é um dos mais bem sucedidos projetos de preservação de
espécies marinhas em risco de extinção no Brasil. Dedicado à preservação
das tartarugas marinhas o projeto estende-se por toda a costa brasileira
inclusive Fernando de Noronha e Atol das Rocas, dividindo a costa
em áreas de alimentação, de reprodução e mistas. As tartarugas têm
mais de 150 milhões de anos, resistiram a inúmeras ameaças inclusive
adaptando-se de seu habitat original que era a terra, para o marítimo,
o que gerou várias mutações no processo de adaptação, mantendo apenas
a desova em terra - em praias desertas e durante a noite. Este é seu
ponto mais vulnerável. O crescimento populacional e conseqüente invasão
das praias tanto com pessoas como com luz elétrica, tem diminuído
drasticamente os locais de reprodução das tartarugas marinhas gerando
risco de extinção. Os esforços do Projeto Tamar têm garantido-lhes
a continuação da espécies.
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Situação Mundial
Cientistas do Plano
das Nações Unidas para o Meio Ambiente calculam que existam entre
10 e 100 milhões de espécies de seres vivos no planeta. Hoje, somente
1,4 milhões são conhecidos e 25% estão ameaçados de extinção. Todo
dia, no mundo inteiro, desaparecem quase trezentas espécies animais
e vegetais devido à destruição de seus habitats. O Brasil é um dos
países com o maior nível de biodiversidade do planeta. Infelizmente,
vários fatores têm contribuído para a destruição de grandes áreas
dos ecossistemas mais ricos do país: Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica
e Cerrado. Dentre as atividades que ameaçam estes ecossistemas estão
a agricultura e pecuária, a extração de madeira, a mineração e a indústria
poluente. Em 1990 o IBAMA compilou uma lista de animais em extinção
no Brasil. A maioria das espécies é oriunda da Amazônia, Mata Atlântica
e Pantanal. Entre eles estão: 57 mamíferos, 108 aves, 9 répteis e
32 invertebrados.
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