Você
Leva seu cão à Praia?
Se leva, fique sabendo que esta é uma prática
nada bem vista pelas autoridades sanitárias
e pelos médicos veterinários de
um modo geral. As razões para tanta preocupação
dizem respeito aos acidentes que ocorrem em praias
e outros locais públicos envolvendo animais
que geralmente são levados a passear soltos
e acabam por ferir alguém; à possibilidade
de transmissão de doenças que podem
afetar as pessoas e também pelo aspecto
da própria saúde do animal, às
vezes apresentando problemas pelo excesso de calor,
ingestão de restos de peixes e crustáceos
, areia ou água salgada.
Os
acidentes são de prevenção
relativamente fácil devendo apenas o proprietário
do animal seguir certas recomendações
como, por exemplo, sair sempre com o animal na
coleira, evitar de levar animais bravos ou difíceis
de controlar a locais onde brincam crianças
ou transitam muitas pessoas. Já as Zoonoses
(doenças transmitidas aos homens pelos
animais) exigem para sua prevenção
um certo grau de informações específicas,
principalmente sobre o agente etiológico(
organismo que causa a doença) e os modos
de transmissão.
Abordaremos
uma doença de pele que é transmitida
por contato com locais contaminados por fezes
de cães e gatos. Larva migrans cutânea,
também conhecida com dermatite serpiginosa,
é doença comum em nossa região
e é provocada por larvas de Ancylostoma
caninum (verme comum em cães e gatos) e
que provoca erosões e pequenas elevações
na pele em formato ondulante com muito prurido
(coceira) e que se complicam freqüentemente
com infecções secundárias.
As
partes do corpo mais afetadas são os pés,
pernas e mãos. As pessoas geralmente adquirem
a doença por contato com areia ou terra
contaminadas com fezes de cães e gatos
portadores de vermes adultos. Juntamente com as
fezes desses animais são eliminados ovos
que, após alguns dias, eclodem liberando
as larvas. Estas larvas são muito resistentes
às ações do meio ambiente
tais como calor, frio, umidade e seca e podem
permanecer no ambiente até cerca de um
ano.
As
medidas de prevenção consistem na
manutenção dos animais em condições
higiênicas; realização de
exames de fezes periódicos (no mínimo
de 6 em 6 meses) para controle e tratamento dos
casos positivos; evitar que os animais contaminem
com fezes as áreas públicas como
praças, parques, jardins e principalmente
as praias.
JOAQUIM
EPITÁCIO PEREIRA
Médico
Veterinário CRMV-RJ 3037
Chefe
da Seção de Clínica Médica
do Instituto Municipal de Medicina Veterinária
do Rio de Janeiro
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