1/2011 Cirurgia devolve a boa visão aos animais com catarata | A |
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Certo dia a brincalhona Íris, uma
cachorrinha da raça poodle, começou a cair da poltrona em que costumava
brincar e a se bater nos móveis da casa. Desconfiada, sua dona Daisy
Endler passou a prestar mais atenção aos movimentos da pequenina, até
que resolveu levá-la à veterinária. Íris passou por alguns exames de
rotina, testes específicos e foi diagnosticada catarata no olho direito.
Quando
tudo começou, em 2007, a cachorrinha tinha apenas 3 anos e era
considerada nova demais para ser acometida pelo problema, mesmo sendo de
uma raça em que a doença é comumente diagnosticada.
Para
corrigir o problema, Íris teve de passar por um procedimento de nome
complicado, a facoemulsificação, com implante de lentes intraoculares.
Esse procedimento cirúrgico, considerado novo, permite a correção da
doença e o sucesso no pós-operatório é de 95% dos casos. Porém,
diferentemente de Íris, nem sempre os donos percebem o problema a tempo e
quando se dão conta de que há algo errado, a doença já tomou cerca de
60% da visão do bichinho.
Procedimento
Veja como é realizada a cirurgia
O
facoemulsificador é uma espécie de caneta com uma ponta de aço, que
vibra em velocidade maior que o som, irrigando o cristalino. Essa
vibração produz a energia que fragmenta o núcleo opaco nos olhos do
animal, onde está a catarata.
O procedimento,
segundo o médico veterinário João Alfredo Kleiner, é parecido com o
realizado em seres humanos, com a diferença de ser necessária anestesia
geral. A cirurgia dura entre 50 minutos e 1 hora e custa, em média, R$ 3
mil.
As lentes são feitas de acordo com as
necessidades do paciente, observando o formato dos olhos e o poder
refrativo da lente. Não causam rejeição, se adaptam com facilidade e não
é preciso trocá-la. A escolha pelo implante é feita na hora da cirurgia
e os pacientes que não colocam a lente voltam a enxergar bem apenas de
longe.
No passado, para corrigir o problema,
era realizada a facectomia extra capsular, mas hoje ela não é mais
utilizada, segundo o médico veterinário Ricardo Maia, especialista em
oftalmologia veterinária e conselheiro do Conselho Regional de Medicina
Veterinária.
Sinais
O
médico veterinário João Alfredo Kleiner, que atende no Hospital São
Bernardo, especializado no procedimento, conta que o sinal mais comum da
doença é a perda progressiva da acuidade visual, ou seja, a nitidez ao
enxergar um objeto.
“Os animais afetados pela
doença perdem a noção de movimento. Não conseguem acompanhar uma bolinha
lançada pelo dono, por exemplo”. A hereditariedade, segundo ele, é a
causa mais comum. “É possível também que inflamações, traumas, doenças
da retina e até a diabete sejam responsáveis pela catarata”, completa.
Diagnóstico precoce
Segundo
o médico, é importante observar sempre os olhos do animal, que às vezes
apresentam vermelhidão, lacrimejamento excessivo e aversão à luz.
“Nesses casos é necessário o acompanhamento médico, porque é sinal de
inflamação intraocular, geralmente ocasionado pela catarata. O
diagnóstico eficaz faz a diferença”, segundo Kleiner. Como não há formas
de prevenir, a cirurgia é a única solução para o problema.
Operação
Os
resultados da cirurgia são percebidos logo nos primeiros dias. A
recuperação leva até 30 dias e durante esse tempo é necessário o uso de
colírios específicos recomendados pelo médico veterinário. Além disso,
nos 15 primeiros dias é preciso usar um colar elisabetano para proteger a
área da cirurgia. “Cuidamos da Íris durante um mês para a recuperação
definitiva. No começo precisávamos ajudá-la até a comer, mas foi
recompensador”, afirma a dona.
No início de
novembro a poodle passou por outro procedimento. Desta vez foi o olho
esquerdo que apresentou a doença. O diagnóstico foi possível porque a
família passou a acompanhar de perto a poodle, com exames periódicos.
Ela passa bem e inclusive se prepara para ir à praia.
Fonte: Gazeta do Povo
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terça-feira, 11 de janeiro de 2011
O LADO BOM DA CIENCIA
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